E porque as plataformas de vídeo por demanda não são tão democráticas quanto querem parecer
O mundo gira e as tecnologias mudam! O mercado e os consumidores se adaptam a essas mudanças. O chamado home-video, que permite ao consumidor assistir a um filme na tranquilidade do seu lar, sem depender da grade fixa da TV (seja aberta ou por assinatura), teve seu pontapé inicial há mais ou menos 40 anos com a chegada do videocassete às casas das pessoas. As fitas VHS foram populares e dominaram o mercado por cerca de 20 anos, quando passaram a conviver com o DVD, que as substituíram e passaram a conviver, cerca de 10 anos depois, com o Blu-Ray, que já chegou ao mercado acompanhado dos serviços de streaming. Hoje, as três mídias coexistem: DVD, Blu-Ray e vídeo digital, que pode ser acessado por uma das plataformas de streaming existentes, bem como ser comprado em sites de distribuidoras e armazenados na “nuvem” ou no computador do cliente.
Falando especificamente nos serviços de streaming, a vantagem inicial parecia promissora: pra começar, você não precisaria se deslocar até uma videolocadora e escolher um filme, como se andar algumas ruas fosse um sacrifício muito grande (até deve ser, em uma sociedade cada vez mais sedentária e que sobrevive ligada a aplicativos). Enfim, há uma grande “vantagem” em escolher o filme pela tela do seu notebook, celular ou tablete e, posteriormente, nas SmartTVs, aparelhos de TV mais modernos, com acesso à internet e, obviamente, a toda essa gama de aplicativos.
Pois bem, avaliemos as vantagens: Noite de sexta-feira, você está entediado em casa, sem nada para fazer e não está querendo sair com os amigos (considere o cenário pré-pandemia). Você pega seu celular, entra num aplicativo aleatório e, em poucos segundos, escolhe uma pizza, um pote de sorvete, umas balas e uns chocolates. Mais alguns minutos e o motoboy chama no portão te entregando a comida. Você não precisou sair de casa e sequer ligou para a pizzaria do bairro que você frequenta – quer dizer, frequentava – há 20 anos. Bastou clicar em três ou quatro botões – botões digitais, pois celular que se preze, é touch screen – e sua comida chegou em sua porta. Nem o dinheiro você precisou contar, já que pagou tudo virtualmente – dinheiro físico é coisa de gente ultrapassada. De posse de sua comida – quem era o motoboy que veio entregar mesmo? Não importa. Amanhã será outro e depois outro. A dinâmica dos aplicativos de comida é rápida e você não precisa se preocupar em criar vínculos com ninguém – você senta em seu sofá, abre a plataforma de vídeo por demanda e escolhe a sua série ou filme favorito. Favorito até lançarem outro produto parecidíssimo e você trocar de preferência. As opções são quase infinitas: “dois mil títulos aqui.” “Três mil títulos ali.” Você escolhe o de sempre e… Dorme no meio! No fim do mês, você paga o valor total do pacote que te dá acesso a “milhares de títulos”.
Para quem coleciona filmes em mídia física e pretende migrar em definitivo para o streaming, realmente parece uma super vantagem: um título em DVD varia, de acordo com a loja, a raridade e o tipo de edição, entre R$9,90 e R$29,90, em média. Então, se eu pago R$29,90 por, por exemplo, “A Caminho de Casa” ou qualquer título da minha preferência em mídia física, eu levarei para casa apenas esse título. Enquanto no streaming eu pago os mesmos R$29,90 (um pouco mais ou um pouco menos, dependendo da plataforma, qualidade ou quantidade de acessos que pretendo ter), para poder assistir aos “dois mil títulos disponíveis no acervo”. Baita vantagem! Mas que esconde algumas armadilhas, como veremos a seguir:
A Netflix, pioneira no segmento, trazia um vasto acervo em seu catálogo: títulos de grandes estúdios mundiais, além de grandes emissoras nacionais e estrangeiras. Com o mercado vendo que isso daria lucro, optou-se por descentralizar esses títulos e alguns estúdios e emissoras passaram a ter suas próprias plataformas. Para não fechar, a Netflix passou a ter suas próprias produções. Umas muito boas, outras nem tanto, como em qualquer grande produtora.
Atualmente no Brasil, Netflix e Globoplay lideram o mercado de streaming, seguidas pela Amazon e a anunciada chegada do Disney + no dia 17. E aí entra um novo capítulo da “armadilha do streaming”: Com a chegada do Disney +, os estúdios do Mickey deixarão de oferecer seus títulos a outras plataformas, como a Netflix e a Amazon Vídeo (“O Rei Leão” era destaque nessa última). Algumas empresas, como a Globoplay, firmaram parcerias e vão oferecer um combo junto com a Disney. É briga de cachorro grande, o público parece que vai sair ganhando, mas na verdade só perde!
Por quê? Voltemos ao exemplo da mídia física: Eu quero comprar, digamos, “Cemitério Maldito”, “Robocop” e “A Era do Gelo”, por exemplo. Chego em uma loja e pago R$29,90 por “Cemitério…”, R$19,90 por “A Era…” e R$14,90 por “Robocop”. Total a pagar: R$64,70. Parece um valor “alto” por “apenas” três filmes. Mas eu paguei uma única vez e, armazenando-os adequadamente, eu os terei por tempo indeterminado. Se quero viajar, posso levá-los. E se quero ir morar no Alasca, eles podem me acompanhar também. Basta ter espaço em minha bagagem.
A mídia digital não ocupa espaço, mas o filme também não é “meu”. Por mais que eu possa acessá-los de qualquer lugar com internet, eu continuarei pagando mensalmente por eles. Tudo bem que a plataforma me dá a opção de “dois mil títulos”, mas convenhamos: quantos títulos, na prática, nós assistimos mensalmente nesses serviços de assinatura? Para quem levanta cedo, trabalha cerca de oito horas por dia, às vezes estuda umas quatro horas e ainda tem que cuidar dos afazeres domésticos, é difícil conseguir ver um filme por dia. Assim, os “dois mil títulos” vão se resumir a menos de trinta por mês. Isso quando se consegue ver um por dia! Ainda parece vantagem, já que com R$29,90 você vai ver trinta filmes num mês, enquanto pagaria esse mesmo preço por apenas um filme físico. Mas se analisarmos friamente, não é tão vantajoso assim. Por exemplo: Eu quero um filme, eu vou à loja no dia do meu pagamento e compro esse filme. Paguei R$29,90 e vou assisti-lo, emprestá-lo, dar de presente! No streaming, mesmo que eu não consiga assistir a um filme por dia, terei que pagar os mesmos R$29,90 todo mês. Usando ou não o serviço. Isso porque, como as plataformas pregam: “eu tenho à minha disposição, 2 mil títulos.” Você paga, mas não usa a totalidade. Você sequer tem tempo de usar essa totalidade. Mas paga por ela.
Não estou aqui querendo promover um boicote à Netlfix ou demais plataformas, mas vou dar um exemplo prático de como isso me afetou: Relutei muito em assinar à Netflix. Quando a assinei, confesso que fiquei maravilhado, mas logo percebi essa conta aí. Ora, todos os meses, eu ia às Lojas Americanas ou a DVD Cine Show, no Centro de Belo Horizonte, e comprava uns dois ou três títulos para ampliar minha coleção. No mês em que as contas estavam altas, eu simplesmente não ia! Não comprava, não gastava. Mas a assinatura da Netflix estava ali, sendo cobrada mesmo que eu não a assistisse todos os dias, afinal, eu saía de casa às seis da manhã e só chegava às dez da noite. Aos fins de semana, ia ver os DVDs e Blu-Rays que havia comprado. Percebi que estava usando a Netflix umas quatro vezes ao mês. Apenas quatro títulos em meio aos milhares disponibilizados. E o pagamento era fixo. Pior: Não temos um controle sobre o que entra e sai de catálogo na plataforma. Lembro de estar por volta do capítulo 80 da novela colombiana “Betty, a Feia” num dia e, no dia seguinte, ela não estar mais disponível! O contrato da Netflix com a emissora havia acabado e ficamos “órfãos” da novela. No caso da Netflix, passei a adotar o cartão pré-pago: anualmente, coloco R$40,00 de “crédito” no serviço – geralmente em dezembro, mês em que consigo um tempo para assistir a séries da plataforma – e sigo até fevereiro. No restante do ano, a assinatura fica desativada, pois não uso.
Infelizmente a Globoplay, a Amazon e a Disney + não oferecem esse tipo de serviço (No caso da primeira, apenas para novos assinantes). Acabei optando pela assinatura anual da Globoplay por causa de novelas mais antigas, indisponíveis em DVD e que tento assistir a pelo menos um capítulo por dia. Deixei passar as demais plataformas.
Mercado requer concorrência e, com a chegada da Globoplay, Amazon e agora Disney +, a Netflix deixou de ser a única no mercado. Se por um lado é bom, por outro, o nicho tende a pesar no bolso dos cinéfilos: Se eu quero ver uma novela antiga da Globo, como “Vale Tudo” ou “A Favorita”, por exemplo, pago R$22,90 pelo Globoplay. Mas também quero ver “Stranger Things”, que só existe na Netflix. Então, mais R$19,90 (pela qualidade padrão e em apenas um aparelho. Em alta definição, é mais caro). Se fiquei com vontade de ver o novo filme “Borat”, terei que desembolsar mais R$9,90 na Amazon e, para ver os grandes clássicos da Disney, Star Wars, etc. cerca de R$25,00 no Disney +. A empresa disse que vai parar de distribuir filmes em mídia física.
Bem, se antes eu ia à loja e escolhia alguns filmes, pagava pelos que escolhi. Ninguém me cobrava, digamos, R$100,00 para entrar, ver os títulos na prateleira e escolher apenas um ou dois. Eu poderia, por exemplo, pegar “O Retorno de Jedi”, por R$19,90, “Escolinha do Professor Raimundo” por R$29,90 e o primeiro “Borat” por R$14,90. Pagaria R$64,70 uma vez e pronto. No mês seguinte, eu voltaria e compraria outros títulos ou, simplesmente, não voltaria. No atual cenário, preciso pagar o valor de cada plataforma para ter acesso a esses mesmos títulos. O que dá um custo mensal aproximado de R$80,00, considerando as quatro principais plataformas em seus valores básicos. E isso todo mês, sem aquela opção de “esse mês não dá, não vou à loja comprar”. E para ver os mesmo três ou quatro títulos enquanto a plataforma quiser mantê-los disponíveis.
Para os estúdios, é uma grande vantagem o streaming: não é preciso arcar com produção, armazenamento e logística de distribuição da mídia física. Eles põem um título no catálogo e cada um paga R$25,00 para assistir ao mesmo arquivo. Mas para o consumidor, a matemática é cruel: ou você opta por uma única plataforma e perde bons títulos disponíveis em outras, ou desembolsa um valor alto todo mês com a pseudo-promessa de ter acesso a “milhares de títulos” a sua disposição quando, na verdade, você só quer rever um capítulo de uma novela da infância ou ver um filme que não passa há anos na TV e que o estúdio, por birra, disse que não vai mais lançar em DVD/Blu-Ray.
ENQUANTO ISSO…
Bem, as mídias físicas perderam espaço, mas continuam vivas, apesar do despeito de empresas como a Disney. De acordo com o portal G1, durante a pandemia houve uma procura grande por mídia física. Sim! Bem no momento em que pensávamos que o streaming iria derrotar os DVDs e Blu-Rays, o que se viu foi uma possível sobrevida dos filmes em formato físicos. E talvez aquela matemática feita alguns parágrafos atrás, ajude a entender essa retomada, ainda que tímida: afinal, com a crise financeira agravada pela pandemia, é mais cômodo pagar apenas pelo que vou usar (caso da mídia física), em vez de pagar todo mês por um serviço que não uso todo dia, com o agravamento de que, enquanto o mercado de nicho é benéfico à mídia física, traz uma dor de cabeça ao streaming (caso da polarização Netflix/Amazon/Globoplay/Disney vista acima).
Esse nicho, que representa uma boa parcela da nova vida da mídia física, trouxe alguns casos interessantes em 2020: o relançamento das minisséries “Pássaros Feridos” e “Pássaros Feridos: Os Anos Ausentes”, bem como do filme “Convenção das Bruxas”, pela Classic Line; os dois primeiros títulos da franquia “Halloween” e a coleção “O Massacre da Serra Elétrica”, com os quatro primeiros filmes da série, pela Obras-Primas do Cinema e ainda filmes raríssimos, pela 1 Films. Essas produtores trouxeram à baila títulos quase esquecidos pelos grandes estúdios e inexistentes nas plataformas de streaming.
No caso de “Pássaros Feridos”, a minissérie distribuída pela Warner é um clássico da década de 1980 e que fez sucesso em sua passagem pelo Brasil nas telas do SBT em 1985. Em 1996 ganhou uma espécie de “spin-off”, mostrando o que aconteceu em um período de tempo não exibido na obra original, os tais “anos ausentes”. Ambas haviam sido lançadas em DVD no Brasil e saíram de catálogo há alguns anos. A minissérie original voltou a ser lançada em 2016, mas os “anos ausentes” sumiram mesmo! Até esse ano, quando uma edição especial da Classic Line possibilitou aos amantes de obras televisivas terem acesso às duas minisséries por um preço aproximado de R$50,00. Vale lembrar que as minisséries não estão presentes nas plataformas de streaming aqui no Brasil.
“Convenção das Bruxas”, também pela Classic Line, é outro achado! O filme de 1990 foi lançado em DVD por aqui apenas uma vez e estava sumido há tempos!
“Halloween” e “Halloween 2”, clássicos do terror, criados por John Carpenter e Debra Hill entre 1978 e 1981, nunca chegaram a sumir totalmente do catálogo de mídia física, mas também não pintaram nos streamings, pelo menos aqui no Brasil. A Obras-Primas do Cinema lançou as versões de cinema e TV em DVD, recheada de materiais extras.
A franquia “O Massacre da Serra Elétrica” talvez seja o caso mais curioso dos lançamentos em mídia física: são conhecidos do grande público brasileiro, apenas os dois primeiros filmes. O terceiro chegou a ser lançado em VHS, mas confundiu-se com uma “cópia” picareta e ficou meio esquecido com o passar dos anos. A quarte parte quase não saiu nos EUA e, por aqui, chegou em VHS e foi exibida na TV aberta algumas vezes, mas sumiu depois de algum tempo. É tão rara que mesmo em sites de download ilegal é difícil de achá-la. Pois bem, mesmo com o streaming apostando na versão 2013 da franquia, aquela lançada em 3D, a produção de 1974 deu uma sumida na última década, tornando-se rara também. A atual coleção traz o quatro filmes lançados em 1974, 1986, 1990 e 1994/1996 (produzido em 94 e lançado dois anos depois). Os dois primeiros saem em blu-ray e os demais em DVD. A quarta parte terá duas versões, para deleite do público e pesquisadores: a versão oficialmente lançada e uma outra, com cenas estendidas. Vale ressaltar, mais uma vez, que nenhum dos filmes está disponível em streaming.
A 1Films lançou recentemente clássicos do cinema de terror, como “A Árvore da Maldição” (1990), bem como minisséries e filmes baseados em obras de Stephen King e que haviam sumido de catálogo ou sequer haviam sido lançados em DVD no Brasil.
Nos EUA, um lançamento tem mexido com a cabeça dos amantes da sétima arte: a coleção de filmes da franquia “Sexta-Feira 13” – da primeira parte até Freddy x Jason – é um dos grandes trunfos da mídia física: Alguns filmes possuem duas versões, com cenas ampliadas. Além disso, o material extra da “parte 2” traz novos ângulos para alguns assassinatos. Um arquivo que muitos julgavam perdido desde 1981 e foi encontrado na casa de um dos editores que trabalharam no filme. O modo como o material foi resgatado é impressionante: as cenas estavam gravadas em um VHS. Como a fita estava há anos sem uso, ela se prendeu à bobina, de modo que se fosse colocada em um vídeo convencional, poderia se romper! Os técnicos responsáveis pela restauração dos filmes aqueceram a fita em um forno e, quando ela se desprendeu, digitalizaram o material e o transpuseram para o DVD/Blu-Ray!
Abaixo , deixamos um quadro comparativo entre as mídias:
Mídia Física | Streaming |
Você paga apenas pelo produto que compra. Preço médio da unidade: R$29,90. | Você paga mensalmente por um pacote de milhares de títulos, mas não assiste a esses milhares de títulos todos os meses. Preço médio mensal: R$25,00. |
Numa loja física ou on-line, você encontra diversas produções de variados estúdios. Basta escolher o que mais lhe agrada. | Com a separação por nicho, é preciso escolher por uma plataforma e pagar o valor integral da assinatura. Atualmente, no Brasil, as principais são: Netflix, Globoplay, Amazon e Disney + (a partir de 17/11). Caso queira assistir a um título de cada plataforma, será necessário obter quatro assinaturas. |
Você comprou, o filme é seu. Você pode emprestar para um amigo, dar de presente e levar para qualquer lugar que quiser, respeitando, claro, as leis de direitos autorais. Na prática, se você se mudar ou, pelo menos, viajar para outro país, pode levar o DVD ou Blu-Ray e assistir lá! | Você não é dono da cópia do filme! As plataformas de streaming não permitem o armazenamento em dispositivos. Algumas até permitem o download de episódios de uma série ou de filmes para assistir off-line, mas isso não está disponível para todos os títulos e nem em todos os aparelhos. Na prática, se você se mudar ou, pelo menos, viajar para outro país, deverá ver se a plataforma existe lá e se o título desejado está disponível no catálogo. Na Netflix, por exemplo, nem sempre o filme presente no catálogo dos EUA está presente no Brasil e vice-versa. |
Você comprou e, se armazenar corretamente, terá o filme por tempo indeterminado. Mesmo as fitas VHS, que não são mais fabricadas, ainda funcionam na casa de colecionadores! Quando um filme “sai de catálogo” por alguma razão, ainda é possível encontrá-lo em sebos e lojas de nichos. | Como o filme não é seu, não cabe a você “guardá-lo”. Isso fica a cargo da plataforma de streaming. E ela pode retirá-lo no catálogo quando quiser ou quando o contrato com o estúdio acabar. E, na maioria das vezes, essa data não é informada aos clientes! Na prática, pode acontecer assim: você viu um filme ontem, achou legal e reuniu amigos para ver o mesmo filme hoje. Quando abre o aplicativo da plataforma, ele não está mais lá! |
Além do filme, as mídias físicas costumam trazer materiais extras, comentários dos diretores, etc. Isso aumenta a experiência do cinéfilo, que descobre muito mais sobre a história. | É apenas o filme! Dificilmente traz material complementar e trilhas específicas de áudio. |
Enfim, por mais que o mercado mostre que o futuro será digital, ainda não é hora de abrir mão das mídias físicas. DVDs, Blu-Rays e Streamings ainda devem coexistir por muito tempo. E o consumidor pode perceber que a conta mensal de um serviço digital baseada na pseudo-promessa de acesso a “milhares de títulos” nem sempre compensa.