O tão famoso especial de 30 anos da franquia “Power Rangers: Agora e Sempre” chegou ao catálago da Netflix, se preocupando em fazer um bom fã service, atualizar a franquia e apresentar também a uma nova geração.
No especial, somos apresentados a uma Rita Repulsa robótica que foi responsável pela morte de Trini no passado, além do sequestro dos rangers Tommy, Jason e Kimberly. Os veteranos Billy e Zack responsáveis por trazer a verdade, a filha de Trini, 𝙈inh além de buscar formas de trazer seus amigos de volta e construir uma nova equipe com veteranos que já vestiram o manto. Praticamente o líder da equipe agora é Billy, achei muito inovadora a questão de colocar o Ranger Azul na liderança, isso sem dúvida é a indústria reconhecendo que “pegou pesado” com o ator em relação a sua homossexualidade na época, sem dúvida isso é um pedido de desculpas e um verdadeiro reconhecimento.
Em relação à nostalgia, temos a volta de Kat e Rock, é preciso destacar que nesse especial, Rock não é o líder, mas tem boas cenas e talvez seja o momento em que ele consegue ser mais bem aproveitado do que toda franquia, porém as lutas de Rock como ator “desmorfado” é o que mais soa forçado.
Vingança e justiça são os temas que rodeiam essa especial dos dois lados, 𝙈inh quer uma vingança de sua mãe e quer se tornar Power Rangers apenas para vingar, mas em seu discurso ela trata isso como vingança. Já Rita Repulsa, no lado vilã, também quer uma vingança em relação aos Power Rangers e principalmente libertar a Rita Repulsa clássica da série de TV) para poder governar o mundo e destruir os Power Rangers.
A questão de colocar 𝙈inh nessa situação funciona no enredo, em uma proposta mais original, e coloca à nova geração a prova para se tornar Ranger, aqui aprendemos o que é ser um herói e a filha de Trini precisa entender o porquê e os motivos que tornam heroína.
O que deixa a desejar é a luta de zords, apesar de estar atualizado na técnica de CGI, ainda assim parece uma luta muito mecanizada e pouco fluida. Existem alguns furos de roteiros, como vemos, por exemplo, outros rangers sequestrados sem nenhuma explicação. Ainda podemos nos questionar o porquê de heróis clássicos como Jason, Tommy e Kimberly não estarem nessa comemoração. Austin St. John foi acusado de fraude e precisa resolver suas pendências com a justiça, já Amy Jo Jonson afirma que não se sente mais a vontade para usar um collant aos seus 50 anos e nem ir para Nova Zelândia, local onde está sendo a gravação, enquanto Jason David Frank na época do especial, recebeu até o convite, mas recusou devido aos seus problemas de depressão e infelizmente a sua morte. Outro ponto também bem fraco é na forma como Minh descobre que sua mãe faleceu, parece quase uma novela mexicana.
O longa ainda consegue mostrar uma homenagem à atriz Thuy Trang e a Jason David Frank, de maneira bem superficial, no caso de Thuy é possível perceber que a obra gasta mais tempo em relação a ela na forma de homenagear, já Jason David Frank só temos um momento muito curto e breve, é visível que este especial foi contribuido todo com base na relação Triny e 𝙈inh.
“Power Rangers: Agora e Sempre” funciona em sua atualização, coloca novos personagens e constrói a um novo capítulo da franquia, tanto para uma velha geração como a nova.