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CRÍTICA – A MORTE DO DEMÔNIO: A ASCENSÃO RESGATA A NOSTALGIA DO TERROR OITENTISTA

Filme não abre mão da atualidade, mas presta referências e homenagens à década de ouro do slasher

Antônio Pedro de Souza

“A Morte do Demônio: A Ascensão” é o quinto filme da icônica franquia produzida e dirigida por Sam Raimi. Lá na década de 1980, o ator Bruce Campbell deu vida a Ash, protagonista dos três filmes que aterrorizaram e divertiram plateias no mundo todo. O primeiro filme foi gravado em 1979 e lançado comercialmente em 1981. A história é centrada em cinco amigos que encontram o Livro dos Mortos e, a partir daí, passam a sentir a influência negativa do objeto, com demônios aterrorizantes os perseguindo.

Em 1987 chegou aos cinemas A Morte do Demônio 2, que traz um misto de refilmagem e continuação da obra original, com Bruce Campbell, mais uma vez, lutando contra os malignos demônios libertados pelo tal livro. Em 1992, uma viagem no tempo leva Ash até 1300, enfrentando, além dos perigos naturais da Idade Média, as criaturas horríveis já vistas anteriormente.

Pouco mais de vinte anos depois, uma refilmagem-continuação foi lançada. Dirigida por Féde Alvarez e produzida por Sam Raimi e Bruce Campbell, “A Morte do Demônio” foi estrelada por Jane Levy, no papel de Mia Allen. A partir daí, a franquia ganhou uma série de TV, com três temporadas e, agora, volta às telonas com “A Morte do Demônio: A Ascensão”.

O novo longa também tem produção de Sam Raimi e Bruce Campbell, é dirigido por Lee Cronin e a história será centrada em duas irmãs, interpretadas por Alyssa Sutherland e Lily Sullivan. As duas estão distantes, e quando se reencontrarem, serão surpreendidas por tenebrosos demônios comedores de carnes. O filme também transfere a ação da floresta para a cidade grande. A produção é distribuída pela Warner Bros. e traz um misto de elementos vistos nos longas anteriores, sem abrir mão do ineditismo que o filme pede.

O roteiro é simples, mas eficaz: Duas irmãs que não se veem há tempos, se reencontram e precisam lidar com as diferenças impostas pela vida. Uma delas, mãe de três adolescentes e recém-divorciada, mora em um prédio que está prestes a ser esvaziado. A outra, tenta viver sua liberdade, embora carregue no ventre um segredo. Os filhos são um jovem colecionador de discos de vinil, uma adolescente e uma pré-adolescente que enfrentarão os terrores de mais uma “noite alucinante”.

Alguns momentos icônicos da franquia são revisitados no novo longa: a dolorosa cena dos cipós do filme de 1981 é recriada no elevador; as cenas mais escaldantes (e cortantes) da versão de 2013  são recontadas no banheiro e na cozinha em 2023, entre outros pontos.

Visualmente bonita e bem filmada é a cena em que se passa no corredor do 13º andar e que é testemunhada por meio de um olho mágico. Puro deleite para os fãs da sétima arte.

O filme, enfim, entrega um bom entretenimento sem a pretensa vontade de ser “o mais assustador de todos” (vide filme de 2013) ou caricato por vontade própria (vide filme de 1987).

As referências existem e agradam o ego dos fãs mais afoitos sem, no entanto, ocupar o lugar da nova história. A nova história, por sua vez, existe sem precisar apagar as lembranças da franquia clássica. É, assim, uma combinação rara e perfeita do velho e do novo, abrindo espaço para futuras histórias.

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