Crítica: Pânico 6

Fábio Gomes

E é assim que se eleva o nível de uma franquia de mais de duas décadas.
O sexto filme da franquia “Scream” (Pânico), chegou para mostrar que uma boa
história desde que bem contada nunca morre e pode se reinventar, para que
aquela narrativa tão pertencente aos anos 90 se encaixe e faça sentido
atualmente.
Os filmes “Pânico” tem uma estrutura que funciona, começa com uma cena de
morte, são apresentados os personagens, todos se desesperam com a volta do
assassino, mais mortes acontecem, o ghostface da vez se apresenta para a
protagonista, eles entram num conflito, a mocinha mata o assassino e temos a
final girl. Mas mesmo mantendo a mesma estrutura, Tyller Gillett e Matt
Bettinelli-olpin, acertaram em cheio nessa continuação. Nada é obvio. Nem o
que já se espera que aconteça porque está na essência da franquia.
O filme mescla muito bem o sentimento de nostalgia e a empolgação com algo
novo. Pra quem é fã consegue notar uma revisitada na trilogia principal sendo
esse uma releitura do segundo, até parte da trilha sonora do segundo filme é
utilizada agora, falas de personagens icônicos de “Pânico 2” são repitidas em
alguns momentos estratégicos, diga-se de passagem. Mas tudo isso em
contraponto com novidades que formam uma base muito boa pro que a
franquia está se tornando. A cena de início, com a primeira morte trazendo uma
conexão e importância maior com a história que qualquer outra primeira cena
da franquia. Um assassino mais raivoso e amedrontador, personagens mais
fortes, com sangue no olho, uma escolha agradável de assassinos e um final
que nos deixa querendo mais. E é claro a metalinguagem clássica que é a
cereja no bolo de todo filme da franquia.
Temos o retorno de personagens queridas como a eterna Gale Weathers
(Cortney Cox), que dá para sentir que esse filme nos prepara para uma futura
despedida da personagem. E a volta da que não foi hehehe, a mais querida do
quarto filme, Kirby Reed (Hayden Panettiere) que voltou? Sim! Mas termina
como uma interrogação. Qual rumo a personagem vai tomar na franquia?
esperamos que ela não tenha voltado apenas por voltar. O filme conta também
com a volta do quarteto, que são os personagens principais da franquia desde
o quinto filme, Chad Meeks (Mason Gooding), Mindy Meeks (Jasmin Savoy) e
as duas protagonistas Sam Carpenter (Melissa Barrera) e Tara Carpenter
(Jenna Ortega). Que estão entregando tudo que a gente queria ver e muito
mais. A personagem de Melissa Barrera tem uma construção muito boa e é de
longe a personagem mais bem desenvolvida na história, nós torcemos por ela,
achamos ela foda, nós gostamos dela, mas nós sentimos que tem algo de
errado nela, ou não, mas tem uma coisa por trás do que foi mostrado até agora
que faz ela ser mais interessante do que a personagem da sua irmã ou
qualquer outro.
Os acertos no filme são inúmeros, mesmo com duas horas de duração, a
história a forma como é narrada, a montagem dinâmica, as atuações a trilha
sonora, tudo te envolve naquele universo e te faz sentir prazer em estar
assistindo. Que é a sensação que todo filme deveria fazer o espectador sentir.

Dá pra ver o excelente trabalho por trás das câmeras, de uma direção
excepcional, da fotografia, dos roteiristas, da galera do som, dos preparadores
de elenco, tudo culminando para um resultado final coeso e fiel a franquia.
O filme tem deslizes? Com certeza, mas são tão bobos e quase imperceptíveis
que a gente releva. E o conjunto da obra faz a gente gostar tanto, que me fez
sentir que eu não estou aqui para falar sobre isso.
Já foram as considerações finais, ninguém sentiu falta de nada? Sim, a
personagem de Neve Campbell (Sidney Prescott) realmente não está nesse
filme. Ela é citada brevemente, mas se piscar passa até despercebido. E não,
não faz falta a personagem no filme, que agora conta com novas protagonistas.
E isso serve para mostrar que dar lugar para o novo as vezes é bom, desde
que faça de uma forma gradativa e que faça sentido. Isso pode trazer vida e
ressuscitar a história chamando atenção não só de quem é fã da franquia, mas
de quem está conhecendo a história por esse e vai se interessar em assistir os
outros filmes. Com ênfase na nova geração que não sabe a importância que o
primeiro filme tem pra história dos do gênero e para a história do cinema.

Resumindo, uma volta as origens, sem se prender ao passado. FODA!

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