Longa estrelado por Julia Roberts mostra o amadurecimento de uma jovem mulher rumo à descoberta da vida
Por Antônio Pedro de Souza
Um dos filmes mais singelos que tive o prazer de ver no começo deste ano é uma “fita” datada de 1989: Flores de Aço, estrelado por Julia Roberts. A personagem de Julia vive momentos de descoberta e aperfeiçoamento da própria identidade, tudo cercado por momentos de pura poesia.
O longa começa com a preparação do casamento de Shelby (Roberts) que, apesar de feliz com a chegada do “grande dia”, preocupa toda a família – em especial a mãe – devido sua extensa ficha clínica. A moça é diabética e possui diversas complicações o que, em sua última consulta médica, foi determinante para que o médico desse o veredito: não é possível que ela engravide.
Preocupada com o que seu noivo vai pensar, ela cogita desistir do casamento, mas o rapaz segue até o fim disposto a subir no altar e “passar por cima” dos problemas de saúde de Shelby.
Juntam-se à família da moça, algumas figuras icônicas da pequena cidade: a cabeleireira que vive em pé de guerra com o marido desempregado e o filho mimado; uma tresloucada senhora que briga com todos a sua volta e a viúva do ex-prefeito da cidade, que procura investir o dinheiro que recebeu de herança.
No salão, começa a trabalhar outra jovem que não sabe o paradeiro do marido e, para aliviar a tensão e o medo, torna-se uma fanática religiosa – embora passe a ser cortejada por um jovem garçom e se afeiçoar por ele.
Todas as histórias começam a se entrelaçar em uma trama por vezes divertida, por vezes dramática, mas sempre com muita poesia cinematográfica infiltrada em cada detalhe de cada cena.
Os personagens são carismáticos e conquistam o público – mesmo os personagens mais ranzinzas – e o enredo se mostra leve, mesmo nos momentos mais duros, fazendo uma ótima alusão ao título “Flores de Aço”: algo duro, frio, mas ao mesmo tempo delicado… (em inglês, o título é “Steel Magnolias”).
Mostrado de forma cronológica, o longa dá alguns saltos no tempo para mostrar a vida de Shelby tempos após o casamento, bem como ela e sua família irão enfrentar a notícia que deveria ser de pura alegria, mas que devido seu estado de saúde, vem carregada de preocupação: Shelby engravida do marido!
Depois, à medida que a criança se desenvolve com saúde, a jovem mãe começa a definhar, levando a história a um desfecho que promete emocionar até o mais sisudo dos espectadores.
Flores de Aço é um daqueles filmes para serem vistos em quaisquer momentos: tristeza, já que ele passa uma mensagem de superação; alegria, já que ele nos lembra que nada é eterno – nem as coisas boas nem as ruins; bem como num simples momento de descontração, já que é uma delicada obra de arte cinematográfica. Delicada como uma flor, mas com toda a firmeza do aço…
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Nota: 10
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Sinopse oficial:
M’Lynn é a mãe de Shelby Eatenton, que está para ficar noiva. A amiga Truvy Jones faz o seu cabelo para o noivado com a ajuda de Annelle Dupuy Desoto. Shelby é diabética e talvez não possa ter filhos. O tempo passa, e o grupo de mulheres experimenta tragédias e momentos felizes, se fortalecendo e se aproximando uma das outras.
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Ficha Técnica:
Título: Flores de Aço
Título Original: Stell Magnolias
Diretor: Herbert Ross
Roteirista: Robert Harling
Elenco:
Sally Field – M’Lynn Eatenton
Dolly Parton – Truvy Jones
Shirley MacLaine – Louisa ‘Ouiser’ Boudreaux
Daryl Hannah – Annelle Dupuy Desoto
Olympia Dukakis – Clairee Belcher
Julia Roberts – Shelby Eatenton Latcherie
Dylan McDermott – Jackson Latcherie
Tom Skerritt – Drum Eatenton
Estúdio Produtor:
Rastar Films
Lançamento: 1989