Crítica: M3GAN 2.0

Doug Araújo

Um assunto muito presente nas discussões sobre a tecnologia recente é a inteligência artificial e suas implicações no futuro das relações humanas, “Black Mirror” chegou à sétima temporada e não parece dar sinais de pretender parar de ser produzida, o mais recente filme da saga “Missão: Impossível” também teve a IA como grande vilã do filme.

A grande aposta dos estúdios Blumhouse é M3GAN 2.0 continuação de M3GAN (2022) que pode ser considerado um sucesso do cinema, tendo como orçamento de US$12 milhões e que arrecadou mundialmente US$181 milhões, e inúmeros vídeos na rede social Tik Tok. Nessa continuação as apostas foram dobradas, tudo está no limite do exagero, o que antes era um horror sci-fi com leves pitadas de humor, agora o diretor aposta alto em um filme de ação, aventura sci-fi, ainda com leves pitadas de humor e quase nada de horror.

Inicialmente temos o núcleo familiar de Gemma (Alisson Williams) e Cady (Violet McGraw) que estão tentando seguir com suas vidas após o incidente com M3gan. Cady segue estudando e adorando filmes do Steven Seagal, ao passo que Gemma além de ainda trabalhar no ramo da tecnologia se ocupa também em escrever livros sobre criação de crianças com uso aparelhos eletrônicos.

Enquanto isso, uma ação militar liderada pelo governo acaba muito errada, pois o governo está utilizando um protótipo de IA nos mesmos moldes de M3gan que está fora de controle e a única pessoa que pode ter uma ideia de como para esse protótipo de nome Amelia é Gemma e sua equipe. Num momento que faz uma rima visual de “Esqueceram de Mim” (1990), o diretor abraça sem vergonha alguma a comédia e não faz questão de deixar isso bastante claro, sendo por ironia ou não, os membros da inteligência do governo não são nada além de paspalhos e atrapalhados.

A boneca M3gan, que em alguns momentos aparece aterrorizante, quando decide se infiltrar em meio ao povo faz a sua já famosa “dancinha” também diverte, entrega cenas de ação, ternura com a sua protegida Cady e o seu habitual desprezo pela criadora Gemma.

M3GAN, a grande estrela, não chega a ser ofuscada pela vilã da vez, Amelia (Ivanna Sakhno) que não tem o mesmo carisma, até porque a trama de espionagem não deixa muito espaço para a personagem. Outro grande problema do filme é que são jogadas muitas informações e as ideias tem muito pouco tempo para serem desenvolvidas, a tentativa de alcançar um público maior que o habitual público do terror faz abraçar a comédia pastelão e pegar muitas pessoas que esperam um terror se decepcionar.

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