Crítica: Conclave

Na trama, um dos eventos mais secretos e antigos do mundo é acompanhado: A escolha de um novo Papa

Filipe Matheus

Com a morte do Papa, o cardeal Thomás Lawrence organiza um conclave para eleger o próximo líder da Igreja. O que ele não imaginava é que segredos e escândalos viriam à tona. Esse é o ponto de partida de “Conclave”, dirigido por Edward Berger, que estreia na próxima quinta-feira (16), nos cinemas. O longa explora como o poder e a vaidade podem comprometer o reinado no clero.

Na trama, um dos eventos mais secretos e antigos do mundo é acompanhado: a escolha de um novo Papa. Após a morte inesperada do atual pontífice, o Cardeal Lawrence (Ralph Fiennes) é encarregado de conduzir esse processo confidencial

A narrativa do longa é cativante, trazendo à tona o lado humano dos líderes da Igreja, ao evitar sentimentalismo e idealizações sobre a instituição. O filme permite ao espectador uma compreensão mais autêntica da história e também dos personagens.

Um dos pontos positivos é como o suspense da narrativa envolve o público. A expectativa de descobrir quem assumirá o cargo do Papa mantém o público ansioso até o desfecho final.

Com um elenco estelar, o filme reúne grandes nomes como Ralph Fiennes (Cardeal Lawrence), Stanley Tucci (Cardeal Lomeli), John C. Reilly (Cardeal Bellini) e Isabella Rossellini (Cardeal Baccarani). Juntos, os atores trazem profundidade ao enredo, enriquecendo a atmosfera de suspense e instigando a plateia.

A trilha sonora, composta por Volker Bertelmann (Hauschka), destaca-se pela mistura de instrumentos tradicionais e experimentais. O uso do Cristal Baschet cria sons etéreos que intensificam o mistério do filme, criando uma experiência cinematográfica envolvente.

Vencedor do Globo de Ouro de Melhor Roteiro e um dos grandes favoritos ao Oscar de 2025, o filme surgiu de uma curiosidade do diretor Edward Berger. Desde a cerimônia de 2013, que elegeu o Papa Francisco, o cineasta suíço se mostrava ansioso para desvendar o processo e viu no longa uma oportunidade.

Baseado no livro do mesmo nome do inglês Robert Harris, “Conclave” mostra muito mais do que os bastidores da escolha de um novo Papa, ele expõe como o preconceito invalida o sonho de quem vive pela fé.

Uma curiosidade é que as filmagens ocorreram de janeiro de 2023 a março de 2023 em Roma, Itália. Algumas cenas foram filmadas nos estúdios Cinecittà.

Berger e a diretora de fotografia Stéphane Fontaine criam um espetáculo visual com imagens das grandes construções do Vaticano, salas pouco iluminadas e corredores luxuosos, que acabam parecendo mais um bunker de guerra.

Conclave” é uma obra envolvente que vale a pena conferir nos cinemas. Ela mistura suspense, mistério e uma reflexão profunda sobre poder e fé. Com uma narrativa instigante, uma boa direção e um elenco de peso, o filme se destaca como um dos grandes lançamentos de 2024 e promete emocionar o público.

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Cotação por Ossos:

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Ficha Técnica:

Filme: Conclave

Título Original: Conclave

Ano de Lançamento:2024

Direção: Edward Berger

Roteiro: Peter Straughan

Baseado no livro homônino de Robert Harris.

Edição: Nick Emerson

Trilha Sonora: Volker Bertelmann

Outros cargos técnicos: Stéphane Fontaine (Direção de Fotografia), Nina Gold e Martin Ware (Diretores de Elenco), Suzie Davies (Design de Produção)

Elenco: 

Ralph Fiennes (Lawrence), Stanley Tucci (Bellini), Isabella Rossellini (Agnes), John Lithgow (Tremblay), Carlos Diehz (Benitez), Lucian Msamati (Adeyemi), Brían F. O’Byrne (O’Malley), Merab Ninidze (Sabbadin)

Duração: 2h

Classificação Etária: Não recomendado para menores de 12 anos

Países produtores: Reino Unido e Estados Unidos

Estúdios produtores: Indian Paintbrush, FilmNation Entertainment (produtores); Diamond Films (Distribuidora no Brasil)

Sinopse: O papa está morto e agora é preciso reunir o colégio de cardeais para decidir quem será o novo pontífice. Em Conclave, acompanhamos um dos eventos mais secretos do mundo: a escolha de um novo Papa. Lawrence (Ralph Fiennes), conhecido também como Cardeal Lomeli, é o encarregado de executar essa reunião confidencial após a morte inesperada do amado e atual pontífice. Sem entender o motivo, Lawrence foi escolhido a dedo para conduzir o conclave como última ordem do papa antes de morrer. Assim sendo, os líderes mais poderosos da Igreja Católica vindos do mundo todo se reúnem nos corredores do Vaticano para participar da seleção e deliberar suas opções, cada um com seus próprios interesses. Lawrence, então, acaba no centro de uma conspiração e descobre um segredo do falecido pontífice que pode abalar os próprios alicerces da Igreja. Em jogo, estão não só a fé, mas os próprios alicerces da instituição diante de uma série de reviravoltas que tomam conta dessa assembleia sigilosa.

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