Cinco espetáculos vão celebrar a carreira de Jair Raso na Campanha de Popularização do Teatro e da Dança

Entre janeiro e fevereiro, obras do dramaturgo poderão ser vistas em vários teatros de Belo Horizonte

RedaLumi

Jair Raso, dramaturgo e diretor, promete comemorar seus quarenta anos de carreira em grande estilo durante a 50ª Campanha de Popularização do Teatro e da Dança, que acontece entre janeiro e fevereiro em diversos espaços culturais de Belo Horizonte.

Serão cinco espetáculos com temas profundos e universais, refletindo a busca pela interseção entre a arte e a vida cotidiana. As produções marcam a sua trajetória e representam a importância do autor no cenário teatral nacional.

“É uma grande satisfação poder reunir essas cinco produções que marcam diferentes momentos da minha carreira. Cada uma delas, com seu estilo e linguagem próprios, representa um pedaço do meu olhar sobre o teatro, e mais importante, sobre o ser humano. Ao longo desses 40 anos, minha busca foi sempre por um teatro que seja reflexivo, que faça pensar e sentir, e reunir essas peças agora, na Campanha de Popularização, é uma oportunidade única de compartilhar esse conjunto de obras com o público de Belo Horizonte, onde sempre encontrei acolhimento e entusiasmo. O teatro precisa ser para todos, e a Campanha é um espaço vital para isso”, destaca Jair Raso. 

Também médico neurocirurgião   e bacharel em filosofia, ele conta que em 1995, depois de nove anos escrevendo, dirigindo e atuando, se tornou profissional de teatro e participou pela primeira vez da Campanha de Popularização do Teatro de Belo Horizonte, com a peça “O delírio do poder”. “Desde então, escrevi mais de 30 peças e participei como diretor, iluminador e produtor em mais de 50 diferentes produções.  Agora, ao completar quatro décadas de profissão, tenho a satisfação de participar da campanha com essa mostra de cinco espetáculos. A campanha é de fundamental importância para o teatro mineiro. Para além de ingressos a preços mais acessíveis, ela é uma injeção de ânimo para os produtores. Fazer teatro não é fácil. Diria mesmo que é um ato de resistência cultural. Eventos como a campanha são bálsamos”, acredita.

Confira a programação completa:

“Maio, Antes Que Você Me Esqueça”

Duração: 70 minutos

Classificação Etária: 16 anos

Data: 08,09,15 e 16/01, quartas e quintas às 20h30.

Local: Teatro Francisco Nunes – Av. Afonso Pena, 1321 – Centro.

Data: 22,23,29,30/01, 05,06,12 e 13/02, quartas e quintas às 20h

Local: Teatro Feluma – Av. Alameda Ezequiel Dias 275 – 7o andar – Centro.

Sinopse: “Maio, antes que você me esqueça”, com Ilvio Amaral e Maurício Canguçu, que estreou em 2020, e fala da relação de um filho com seu pai, que tem a doença de Alzheimer. A peça explora a difícil convivência com o Alzheimer a partir de uma história familiar comovente. Um  filho recebe a contragosto a tarefa de hospedar, em sua casa,  seu pai , que sofre do mal de Alzheimer. A relação entre pai e filho sempre foi distante e conflituosa. A  fragilidade da doença descortina a intimidade dessa relação.   “Maio, Antes Que Você Me Esqueça” toca em questões como o esquecimento, o amor incondicional e a perda da identidade pessoal. Uma reflexão profunda sobre a fragilidade da memória e o valor das lembranças na construção de quem somos. Um texto que diverte, comove e emociona. 

 “Uma Passagem para Dois”

Duração: 70 minutos

Classificação Etária: 14 anos

Data: 17 de janeiro a 11 de fevereiro de 2025, Quintas e sextas-feiras, às 20h, Teatro Feluma (Alameda Ezequiel Dias, 275 – 7° Andar – Centro, Belo Horizonte)

Sinopse: “Uma Passagem para Dois” é a peça mais recente de Jair Raso.O que o mundo precisa mais – arte ou economia? Presos em uma estação de trem, um economista e um ator disputam uma única passagem para a liberdade. Os temas centrais desse espetáculo são  os conflitos internos entre espiritualidade e materialismo, imediatismo e futuro, razão e emoção, ação e contemplação. Com diálogos inspirados na filosofia e nas neurociências, os personagens revelam a maravilha transformadora do pensamento e como ele molda nossas memórias. Para a encenação não faltou ousadia e inovação:  o diretor usa  linguagem híbrida, de live cinema, projeção mapeada e integração com imagens criadas por  inteligência artificial integradas ao cenário, projetadas num gigantesco painel de LED em 4K, que oferece uma experiência visual imersiva e moderna,  Além de uma trilha sonora original  em surround 7.1, composta pelo renomado músico Itiberê Zwarg.  

“O Belo Indiferente”

Duração: 50 minutos

Classificação Etária: 18 anos

Data: 18 e 19 de janeiro de 2025, Sábado, às 20h | Domingo, às 19h, Centro Cultural Unimed-BH Minas (Rua Da Bahia 2244, Lourdes, BH)

Sinopse: “O Belo Indiferente” é a adaptação de uma obra do dramaturgo francês Jean Cocteau, com Joselma Luquini e Vinícius de Castro. Essa peça, escrita para Edith Piaf,  gira em torno da violência psicológica contra uma mulher.  A peça trata de um tema infelizmente ainda prevalente, a violência contra a mulher, provocando uma reflexão sobre os limites da convivência e as formas sutis de violência presentes em nossas relações. Para além da questão central da peça, a indiferença do Belo, o diretor buscou a beleza da forma,no cenário de Miguel Gontijo,  não só para amenizar o desconforto do assunto, mas também para prestar homenagem ao grande artista que foi Cocteau. 

“Chico Rosa”

Duração: 70 minutos

Classificação Etária: Livre

Data: 14 a 16 de fevereiro de 2025, Sexta-feira e sábado, às 20h | Domingo, às 19h
Teatro Feluma (Alameda Ezequiel Dias, 275 – 7° Andar – Centro, Belo Horizonte)

Sinopse: Sucesso de público e de crítica, o espetáculo cênico-musical “Chico Rosa” retorna aos palcos durante a 50ª Campanha de Popularização do Teatro e da Dança. Com Dan Maia e Luiz Rocha, o musical apresenta o encontro de Chico Buarque com Noel Rosa, em um botequim. Entre umas e outras, os dois falam sobre fatos históricos da vida dos artistas enquanto cantam a melhor música popular brasileira num diálogo musical inesquecível. A encenação busca a simplicidade, acompanhadas de músicas que conferem uma leveza e descontração que escondem reflexões filosóficas profundas reveladas nas letras. No roteiro musical, são mais de quarenta canções dos dois compositores. 

 “Julia e a Memória do Futuro”

Duração: 50 minutos

Classificação Etária: 14 anos

Data: 15 e 16 de fevereiro de 2025, Sábado e domingo, às 19h, Teatro Feluma (Alameda Ezequiel Dias, 275 – 7° Andar – Centro, Belo Horizonte)

Sinopse: Em “Julia e a Memória do Futuro”, com Juçara Costa, a dramaturgia de Jair Raso explora o universo feminino. No momento de sua morte, uma mulher visita suas memórias construídas para o futuro,  uma revolução silenciosa através da arte.  De forma lúdica e emocionante, a peça conta a vida de uma mulher que se (re)descobre com muito mais maturidade ao se deparar com o seu poder de reconstruir sua própria história, memórias e cotidiano, tecendo em seus retalhos o novo roteiro de sua vida com humor e emoção. Essa é uma  nova versão da peça, que teve sua estreia em 2006. 

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Foto de capa: Jair Raso em ensaio de ‘Uma Passagem Para Dois’ – Foto de: Flávia Canavaro/Divulgação: Luz Comunicação

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