Treta, bomba de fumaça e confusão: O Sincerão é mesmo necessário no BBB24?

Confira o resumo do Dia 78

Filipe Matheus e Antônio Pedro de Souza

O Big Brother Brasil não para, e ontem teve treta, confusão e gritaria no Sincerão.

Tido como um substituto do “Jogo da Discórdia”, em que os participantes se reuniam às segundas-feiras para “lavar a roupa suja”, o “Sincerão” permite, agora, que os emparedados e a liderança da semana discutam e troquem farpas na véspera do paredão.

Essas dinâmicas surgiram para aumentar a audiência – e a duração do programa – nas noites de segunda, dia tradicionalmente “morno” no BBB. Para se ter uma ideia, nos primeiros anos do programa, esse dia da semana tinha um “miniprograma” com cerca de 10 minutos de duração, exibindo muitas vezes um compacto da formação do paredão e um perfil dos jogadores que estavam na berlinda.

Com o passar dos anos, aumento natural da audiência e, claro, investimento pesado dos patrocinadores, as noites de segunda passaram a ter um olhar diferenciado da produção do programa, que destinou mais tempo para a edição e interferiu, inclusive, na grade de programação da emissora: nos dois últimos anos, por exemplo, a Tela Quente, conhecida por reexibir filmes no período de férias, passou a mostrar os telefilmes regionais que a Globo produz e mostra na programação natalina. Os filmes são menores – cerca de 30 a 40 minutos de duração, o que permite que a emissora os exiba na íntegra, mas não ocupe tanto tempo da grade, deixando o Jornal da Globo num horário confortável.

Pois bem, mas tanto algumas edições do “Jogo da Discórdia” em anos anteriores, quanto o atual “Sincerão” foram questionáveis, seja pela dinâmica empreendida pela produção, seja no pós, protagonizado pelos brothers. Essa semana não foi diferente:

Os protagonistas da semana tinham que dizer quem estava na sua mira e sua maior decepção no jogo, depois disso o participante recebia uma bomba de fumaça, deixando os nervos à flor da pele.

Depois da dinâmica, teve uma discussão generalizada, era Davi, Matteus e Bin, tinha também Bia e Pitel. Houve muito bate-boca, troca de xingamentos, ameaça de agressão física, tombos no gramado, enfim… o fogo no parquinho não acabava, tanto que a direção do programa teve que intervir para acalmar os ânimos.

E isso nos leva à pergunta inicial: o Sincerão é mesmo necessário para a dinâmica do Big Brother Brasil? O programa já é um sucesso consolidado na grade da Globo há mais de duas décadas. Campeão de audiência e de patrocínio. O fato de ser um “ex-BBB” já é comparado há uma profissão no currículo, tal qual “influenciador digital” e similares. Há quem ame, há quem odeie o programa, mas em questão comercial, é inegável sua importância na TV brasileira. Por isso, mais uma vez: é realmente necessário um quadro como o Sincerão ou o Jogo da Discórdia? A edição de segunda-feira poderia ser usada para fazer um “resumão” dos acontecimentos do game até aquele momento, traçar um perfil dos emparedados e, talvez, até propor um debate entre eles, sem essa apelação de TV de quinta categoria. Na prática, o Sincerão leva o BBB ao mesmo patamar de baixaria do Teste de Fidelidade do João Kléber, do Teste de DNA do Programa do Ratinho ou dos “grandes segredos” expostos no Casos de Família.

Soa falso, soa baixo. Soa vulgar. Muito aquém do entretenimento de um programa que está prestes a alcançar sua 25ª temporada.

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