Confira a crítica de Marcos Tadeu
“Ferrari” marcou sua estreia nos cinemas brasileiros no dia 22/02 com Michael Mann na direção e um grande elenco: Adam Driver (Enzo Ferrari), Penelope Cruz (Laura Ferrari) e o brasileiro Gabriel Leone como o importante piloto Afonso de Portago.
A história do longa se passa durante o verão de 1957, a empresa fundada por Enzo Ferrari e sua esposa Laura enfrenta a ameaça iminente da falência. Determinado a salvar o legado que construíram ao longo de uma década, Enzo decide arriscar tudo em uma última aposta: a lendária corrida automobilística Mille Miglia. Com a reputação da empresa em jogo e suas próprias convicções sendo testadas, Enzo embarca em uma jornada emocionante pela Itália, enfrentando desafios pessoais e profissionais enquanto luta para manter viva a chama do seu sonho.
O protagonista interpretado por Adam Driver, dá uma certa preguiça, seu italiano é meio forçado, além de ser um personagem completamente apático, custei a ter alguma ligação com ele. A obra também preocupa em mostrar mais Enzo nesse contexto da falência e sua ambição por fazer carros para correr, do que mostrar a trajetória da empresa como um todo.
Perdoem-me o trocadilho, mas “Ferrari” é um filme lento, apesar de ter algumas corridas que ajudam a contar essa história. O ritmo do filme é bem cansativo, diferentemente do que foi visto em “Ford vs Ferrari“(2020) de James Mangold, que soube equilibrar os conflitos envolvendo a empresa e a ambição por correr. O longa-metragem dá sono diversas vezes e percebemos, ao longo da projeção, que o diretor deveria ter trabalhado melhor na computação e nos efeitos gráficos. O resultado final é feio e passa uma estética de que sua finalização foi apressada.
Quem segura o filme e o faz, finalmente, entrar na pole position (outro trocadilho com o mundo das corridas) é Laura Ferrari que fica entre a esposa histérica e a sócia. Ela consegue confrontar o protagonista com seu jeito impulsiva, fazendo com que o espectador fique de olho na personagem. Penelope Cruz dá vida à esposa do empresário e faz isso com muita maestria. Lina Lardi (Shailene Woodley), a amante, é aquele típico papel “nem fede, nem cheira”, mas levanta um importante debate sobre se o filho deve ter o sobrenome Ferrari ou Lardi. Talvez essa narrativa dramática é a que consiga trazer mais camadas ao filme.
Outro grande destaque, sem dúvida, vai para Gabriel Leone que ganha bastante tempo de tela como piloto e sua relação com Enzo e seus amores durante a época da corrida. Afonso de Portago é um personagem cativante e Leone faz bem o papel, talvez seja nossa maior vitória em um filme que fala sobre a Ferrari.
Por fim, “Ferrari’ é só um filme mediano e preguiçoso, que gasta mais de 2h para contar uma história arrastada e com pouca emoção. Mesmo sendo Michael Mann na direção, senti que ele “derrapou” na pista ao construir o longa, agora resta observar se esse filme chamará a atenção daqui a alguns anos.
***
Cotação por Ossos:
5,0

