Crítica – Os Farofeiros 2

Tem início mais uma fatídica viagem dos quatro amigos com suas respectivas famílias

Antônio Pedro de Souza

Sequência do sucesso de público em 2018, Os Farofeiros 2 é um excelente filme, que respeita bastante o original, tendo um enredo divertido na medida certa. O elenco, assim como no primeiro longa, está bem afiado e a piadinha com metalinguagem é maravilhosa.

Mas vamos por partes, para entender como “Os Farofeiros 2” cumpre seu propósito de ser uma comédia louca, sem abrir mão de um roteiro convincente e coerente:

Tudo começa na escola, quando os filhos de Alexandre e Lima são chamados à sala da diretora (a professora do primeiro filme) para darem explicações sobre a prova de redação (mais uma vez, com o tema “Minhas Férias”). Acontece que as crianças foram pegas no flagra, já que todas as redações sobre uma fantasiosa viagem à Disney são iguais, o que os leva a contar a verdade: suas férias foram terríveis!

Assim, os pequenos iniciam a narrativa e descobrimos que Alexandre, promovido a gerente no primeiro filme, pode ser promovido agora a diretor da Samepal, mas a avaliação de seus colegas, pode inviabilizar sua chegada a esse novo cargo. Para minimizar os danos, ele os convida a partilhar seu prêmio como “Melhor Gerente do Ano” com uma viagem para as praias do Nordeste.

Tem início, assim, mais uma fatídica viagem dos quatro amigos com suas respectivas famílias – ainda que a dinâmica tenha mudado levemente desde o primeiro filme.

O primeiro ato da história é focado na saída do Rio de Janeiro e nos inconvenientes da estrada – incluindo uma parada de ônibus em que tudo custa muito caro.

No segundo ato, temos os farofeiros chegando ao resort e tendo uma surpresa semelhante à da chegada da casa do primeiro filme. Agora, eles precisarão se adaptar a esta nova realidade, unindo esforços para que o fracasso da viagem não seja maior que o prazer de estarem juntos.

Enquanto tentam buscar alternativas para driblar as inconveniências do resort, os amigos vão para a praia, cujo caminho se mostra mais tortuoso que o do primeiro filme. Só para revelar uma cilada ainda maior no fim. Aliás, é neste ponto que temos as entradas de novos personagens na trama, aumentando os riscos, o humor e, claro, os problemas.

Neste ponto do filme, alguns segredos começam a vir à tona e algumas piadas e situações do longa original são repetidos, gerando uma gostosa nostalgia (“já ouvimos!” – dizem os personagens de diversas partes da casa ao casal que discute no quarto…). Também temos uma ótima sacada metalinguística (tal qual no primeiro filme).

Por fim, o último ato começa com o “passeio final” das famílias rumo a um parque aquático, o que catalisa todos os problemas dos protagonistas.

Ao assistir ao filme, tente prestar atenção no entrosamento do elenco mirim com a diretora e, claro, não deixe passar despercebida a decoração da sala, principalmente os painéis com trabalhos dos alunos. No fim, tudo fará sentido.

Em suma, Os Farofeiros 2 é uma comédia irreverente, politicamente incorreta – como as comédias devem ser – e perspicaz, sem exagerar no tom, sem se tornar cansativa, e mostrando que há fôlego para uma possível parte 3. Que venha mais uma viagem!

Cotação por ossos: 10

Confira aqui o especial da LumiTV para “Os Farofeiros 2”:

Deixe um comentário