Confira a crítica do filme
O Menino e a Garça chega aos cinemas no dia 22 de fevereiro, integrando a Semana do Cinema, com ingressos a R$12,00 e preços bacanas em combos de pipoca e refrigerante, válidos de 22 a 28 de fevereiro. A 4ª edição é idealizada pela Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográficas (FENEC) e pela Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Cinematográficas Operadoras de Multiplex (ABPRAPLEX), em várias redes como Cineart, Cinemark, Cinépolis, etc.
Do aclamado diretor Hayao Miyazaki e com a força do Studio Ghibli, o cineasta, além de se inspirar no livro “How do You Live” de Genzaburo Yoshino, adiciona toques pessoais que dão o tom de “O Menino e a Garça” (The Boy and The Heron, 2023). Na corrida pelo Oscar de melhor animação, vemos uma história de luto, amadurecimento e contos que são adicionados à obra, fazendo o espectador se emocionar.
Na história, conhecemos Mahito, um garoto de 13 anos que vê a mãe morrer em um bombardeio no hospital durante a II Guerra Mundial no Pacífico. Dois anos depois, muda-se para a mansão de sua tia Natsuko, do lado materno, além de ter uma madrasta grávida de um meio-irmão.
Durante a exibição, vemos que Mahito não aceita a morte de sua mãe e começa uma estranha relação com uma garça distinta de todas as outras, que a todo momento coloca em prova sua verdadeira crença de que sua mãe continua viva. Miyazaki aqui faz aqueles easter-eggs de maneira valiosa, lembrando seus filmes como A Viagem de Chihiro e O Castelo Animado. Mais do que se arriscar, ele entra em temas densos como a questão da verdade e/ou mentira, a aceitação e, principalmente, o amadurecimento do protagonista diante das situações que ele precisa enfrentar para entender qual é o seu propósito e, principalmente, como ele se encaixa nesse novo modelo de família.
A Garça traz toda uma questão mística consigo, mas é interessante como ela se coloca como um ser imprevisível, capaz até de surpreender o protagonista, deixando-o mais em dúvida. Seu humor e diálogos geram cenas que fazem a plateia rir e concordar.
Outro ponto importante é que o pai de Mahito vive para o trabalho e dá pouca atenção ao menino. Essa “fuga” para o mundo mágico e toda a jornada ali mostram como o protagonista está em busca de afeto. Um pai ausente e a morte de sua mãe geraram traumas que só ele é capaz de entender e superar.
A música tema “Ask Me Why“, composta por Joe Hisaishi em um belo piano, reforça como Mahito precisa ser sério e coerente em suas decisões. Até a tradução, literalmente, “Pergunte-me porque“, nos faz refletir sobre como as dúvidas de um pai ausente e a morte da mãe fazem o garoto se encontrar em conflitos, buscando referências maternas e paternas.
Talvez o que possa deixar a desejar é o fato de não mostrar mais da história do pai do protagonista. Ele está lá, mas sem dúvida, se tivesse um desenvolvimento maior, ou até mesmo flashbacks da infância desse pai, o protagonista ganharia muito mais força.
O Menino e a Garça, sem dúvida, é um filme para ser apreciado no cinema, com o melhor som e imagem possível. É válido ressaltar que a cada filme novo do estúdio, a régua sobe e encontramos uma qualidade que só as animações japonesas são capazes de transmitir.
***
Cotação por ossos:
9,5

