Como Max e Dave Fleischer levaram o Superman para as telas
Seguindo nossa análise da série animada Superman (1941), vamos conhecer hoje um pouco mais dos irmãos Fleischer, e como eles alçaram o Superman a novos voos no começo da década de 1940.
Max Fleischer nasceu na Cracóvia em 19 de julho de 1983, sendo naturalizado nos Estados Unidos. Ao lado dos irmãos Dave e Lou Fleischer, fundou os Estúdios Fleischer, tendo sido responsável pela criação de diversos personagens de desenhos animados.
Os irmãos receberam a patente da rotoscopia em 1915, o procedimento permitia criar animações e, de certo modo, simplificar a produção cinematográfica. Posteriormente, outros estúdios usariam a rotoscopia em filmes que se tornariam clássicos, como o Walt Disney em Branca de Neve e os Sete Anões.
No começo da década de 1930, os irmãos Fleischer fecharam acordo com a King Features Syndicate, importante empresa responsável pela distribuição de tiras, charges, cartuns e similares a jornais e revistas ao redor do mundo. O contrato previa a produção de desenhos animados de Popeye e Betty Boop.
Na década seguinte, o estúdio firmou contrato com a então National Publications (atual DC Comics) para produzir uma série animado do recém-lançado personagem Superman.
O resto, é história.
2º Episódio: Os Monstros Mecânicos
Título Original: The Mechanical Monsters
Personagem criado por: Jerome Siegel e Joe Shuster
Animação de: Steve Muffati e George Germanetti
História de: Isidore Sparber e Seymour Kneitel
Argumento Musical: Sammy Timberg
Direção: Dave Fleischer
Duração: 10min, 12seg.

Como o episódio anterior já havia mostrado a origem do Superman e sua chegada à Terra, esse desenho já começa com ação: Temos a fachada de um banco destruída e uma sombra pairando sobre a cidade. A cena muda para um homem controlando alguns mecanismos, uma porta se abre e a sombra que acompanhamos anteriormente, se revela um robô voador.
Ele, que tem o número cinco gravado na lataria, deposita uma grande quantidade de joias e dinheiro em um cofre e vai para uma sala, sendo desligado e repousando ao lado de outras máquinas, todas numeradas.
Vemos, então, uma página de jornal anunciando os roubos, bem como a abertura de uma exposição de joias raras. Segundo a polícia, medidas de segurança extremas serão tomadas para proteger o evento. Passamos a acompanhar, então, Clark e Lois na exposição. Ouve-se um barulho e os policiais avisam que um monstro mecânico se aproxima. Este tem o número 13 gravado em sua lataria.
Neste momento, temos um pequeno erro de continuidade, talvez devido ao reaproveitamento de imagens da rotoscopia: de frente, o robô tem o número 13; de costas, é o mesmo número 5 do primeiro monstro…


Enquanto Clark liga para a redação do jornal, Lois toma uma atitude impensada (algo recorrente ao longo dos 17 episódios): ela entra no robô! Pressentindo que a amiga está em perigo, Clark deixa seu disfarce de lado e, assumindo a identidade de Superman, parte para salvar a jornalista.



Usando sua visão de raio-x, Superman descobre que Lois está presa no robô, a caminho do esconderijo do bandido responsável pelas máquinas. Ele consegue abrir a tampa do monstro, mas o vilão muda a direção do robô, lançando Superman em uma rede de fios de alta tensão, e deixando Lois pendurada, correndo um grande perigo.
O robô volta para a central levando Lois, que é capturada pelo vilão. Ao ver que as joias não estão ali, ele se enfurece e ameaça jogar a jornalista em um recipiente com ouro derretido.
Superman consegue chegar ao local, mas terá que enfrentar todos os robôs do vilão. Após destruí-los, ele chega à sala em que Lois está presa e é confrontado pelo bandido, que corta a corda que segura a jornalista sobre a mistura incandescente. No segundo final, Superman a salva e usa sua capa para protege-la de um banho mortal proporcionado pelo bandido.


O vilão tenta fugir, mas é capturado por Superman. O resto é similar ao primeiro episódio: A capa do jornal anuncia que o herói destruiu os monstros mecânicos e que seu criador foi preso. As joias foram recuperadas.
Clark elogia a matéria escrita por Lois e ela responde que deve tudo ao Superman. Ele olha para a tela e pisca.
Ainda que de maneira rudimentar, esses primeiros episódios mostram a essência do herói que foi criada nos quadrinhos: a preocupação dele para com a humanidade, mas em especial em relação à Lois. Não importa onde ela esteja ou em que confusão ela se meta, ele vai salvá-la. Bem como a não correspondência de Lois às investidas de Clark. Ela acha o colega tolo, bobo, antiquado, o contrário oposto de seu grande herói. Sem se dar conta de que são a mesma pessoa…

A série continua.

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